A história é narrrada por Martín (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), que são vizinhos solitários isolados dentro de seus respectivos mundos. Martin tem fobia de lugares abertos e interações sociais, mas está em processo de recuperação. Pouco a pouco, ele consegue sair do isolamento de seu apartamento e da frente do computador. Ele é um web designer e se refugia em uma realidade virtual.
Mariana acabou de terminar um longo relacionamento, e sua cabeça está uma bagunça, assim como o apartamento onde ela se isola e precisa reaprender a viver sozinha, apesar da sua claustrofobia. Martin e Mariana vivem no mesmo quarteirão, mas ainda que seus caminhos se cruzem eles não chegam a se encontrar, passando pelos mesmos lugares sem nunca se perceberem.
Eles vivem no centro de Buenos Aires, a metrópole que os une e também os separa. A narrativa traça um paralelo entre o planejamento urbano, estilos arquitetônicos, irregularidades estéticas e éticas da cidade. Assim como as Medianeiras, uma enorme tela exposta que é vista por todos mas percebida por poucos, em uma sociedade visual em que somos bombardeados por imagens, o mais importante é conseguir enxergar.
E por falar nisso, a película é tão bela que cada frame é como uma fotografia, e assim como o protagonista encontra nas fotos um jeito de superar sua fobia perante o mundo e as pessoas, é através de lentes fotográficas que a princípio a história nos é revelada.
A narrativa é extremamente simples, e por essa razão é muito fácil se identificar com as situações apresentadas, nosso dia a dia de fugas pessoais e busca por amor estão estampados ali, tudo muito óbvio, exposto e escancarado, mas assim como as Medianeiras, as vezes essas questões passam despercebidas.
País: Argentina
Ano: 2011
Direção:Gustavo Taretto
Atores: Pilar López de Ayala e Javier Drolas